Pauta “verde” ganhou força com a eleição de Joe Biden e já pôde ser notada no mercado.
O óleo de soja registrou seu maior valor de mercado na história na Bolsa de Chicago no início do mês de junho. A marca superou o antigo recorde que foi atingido no ano de 2008. A última alta de 60,78% e de 140,63% nos últimos 12 meses podem ser explicadas por um quadro de oferta e demanda global da oleaginosa, uma crescente nos planos de aumento na produção de combustíveis renováveis na Europa e Estados Unidos e problemas na safra do óleo de palma na Ásia.
O cenário da oleaginosa está agitado pela corrida pelas fontes renováveis de energia. “O biocombustível, particularmente o diesel renovável, é o principal impulsionador do óleo vegetal”, disse Greg Morris, executivo da ADM, à Dow Jones Newswires.
Nos Estados Unidos, essa movimentação é ainda mais intensa. Isso porque, a meta do novo presidente Joe Biden é de diminuir as emissões de carbono do país pela metade até 2030 e o óleo de soja é matéria prima para 50% da produção de biodiesel americana.
No Brasil, a decisão foi na direção oposta e a porcentagem de biodiesel ao diesel comum não subiu de 10% para 13% em dois recentes leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A decisão foi tomada temendo uma pressão inflacionária da alta do óleo de soja na economia, que nos últimos 12 meses foi de 82,3%, enquanto o biodiesel subiu 24,5% no mesmo período.
Todavia, na época dos leilões, a Abiove avisara que essa decisão ocasionaria em um aumento nas exportações de soja, uma vez que não haveria demanda de processamento no Brasil, o que se concretizou posteriormente.
A alta histórica na Bolsa de Chicago também tem relação com um problema na safra de palma na Ásia. O óleo de palma é o principal concorrente do óleo de soja e inundações na Malásia e Indonésia prejudicaram a colheita nos dois maiores produtores mundiais.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Rikardy Tooge