Com a volta do B10, certame que marca o fim do modelo de negociação acabou nesta quinta-feira com resultado pouco expressivo
Depois de alguns percalços e quase uma semana de atraso, o 82° e último leilão público de biodiesel da ANP chegou ao fim nesta quinta-feira (14). E não dá para dizer que foi um desfecho triunfal para o modelo de negociação vigente desde 2005, organizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. O L82 terminou com pouco menos de 1,073 bilhão de litros de biodiesel adquiridos pelas distribuidoras.
Apesar de estar muito distante dos 48 milhões de litros comercializados em novembro de 2005 no primeiro leilão organizado, o último certame feito pela ANP não empolgou o setor. Mas também não foi uma surpresa. Os produtores amargaram mais uma redução na mistura, a quarta seguida, sendo a terceira para 10% de biodiesel no diesel fóssil, e já esperavam um resultado mais tímido neste leilão.
O volume comercializado no L82 foi o segundo pior dos últimos 7 leilões, ficando à frente apenas do L79. O montante foi 20,6% menor que o L81 e 3% abaixo do L76, leilão que abasteceu o mesmo bimestre em 2020. Entretanto, foi o segundo melhor e teve um resultado muito próximo daqueles que tiveram a mistura em 10% – L80, com 1,10 bilhão de litros; L82, com 1,073 bilhão; L79, com 1,050 bilhão.
A frustração do setor neste bimestre se deu por conta da redução na mistura, uma vez que os leilões de 2021 com misturas maiores tiveram bons resultados. O L81, com o B12, comercializou 1,294 bilhões de litros de biodiesel, o L78, com o B13, 1,306 bilhões de litros e o L77, também com o B12, 1,177 bilhões de litros. Além disso, na visão dos produtores, a redução na porcentagem de biodiesel para este último bimestre é injustificável, já que ela não terá um impacto real na diminuição dos preços do diesel nas bombas (que foi a justificativa oficial do governo federal), e causará grandes prejuízos ao setor produtivo.
O volume arrematado pelas distribuidoras no 82° leilão abastecerá o mercado nos meses de novembro e dezembro e encerra um ano de negociações conturbado para o setor. Ele também será o último bimestre a receber biodiesel negociado em leilões. Pelos planos do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a partir de janeiro de 2022 o biodiesel nacional será comercializado diretamente entre produtores e distribuidores.
Fonte: Biodiesel BR