Membros do Ministério da Economia querem redução da mistura para 10%; Minas e Energia defende 13%
Na última segunda-feira (22), uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética teve que ser suspensa por conta de divergências em relação à porcentagem obrigatória de biodiesel misturado ao diesel fóssil.
Dois setores do governo defendem misturas muito diferentes para 2022: o Ministério da Economia quer a redução da mistura para 10%, já o Ministério de Minas e Energia defende a volta para 13% em janeiro e a implementação do B14 em março, ao lado do que diz a Resolução 16/2018 do CNPE. A postura do Ministério da Economia se deve à pressão de importadoras de diesel, que visam ao aumento de sua participação no mercado brasileiro.
A mistura do biodiesel vem sendo reduzida pelo governo federal ao longo de todo o ano. Pela lei, 2021 deveria ser o ano do B13, entretanto essa mistura só vigorou por um bimestre. Em outros três bimestres, incluindo o atual, a mistura foi drasticamente reduzida para o B10. Em todos esses casos, a justificativa foi de que, por conta de uma alta nos preços do óleo de soja ao redor do mundo, o biodiesel poderia encarecer o preço do diesel nas bombas.
Todavia, o setor do biodiesel diz que esse argumento não procede. Um estudo apresentado pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) mostra que a participação do biodiesel na formação do preço final do diesel nas bombas mudou muito pouco no decorrer do ano. Em janeiro, 13,6% do preço do diesel B (comercializado nos postos) vinha do biodiesel, em outubro, esse percentual era de 13,7%, com a mesma porcentagem de biodiesel misturado ao diesel fóssil. Já o diesel A (puro), variou de 47,8%, em janeiro, para 56,2%, em outubro, tendo assim um impacto muito maior no aumento dos preços do diesel nos postos de combustível.
Fonte: Poder 360