Estudos serão realizados junto a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, referência nacional no setor
A dinamarquesa Bunker One, líder mundial no fornecimento de combustíveis e lubrificantes para o transporte marítimo, anunciou que investirá em estudos no Brasil para a introdução do biodiesel na navegação. A empresa firmou parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), referência nacional em estudos sobre biocombustíveis, para investigar a viabilidade de adicionar 7% de biodiesel ao óleo diesel marítimo.
O objetivo da companhia é contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa, mitigar as mudanças climáticas e o aquecimento global, além de aproveitar a força do biodiesel no Brasil, terceiro maior produtor do biocombustível no mundo. A expectativa é que os resultados sejam alcançados em oito meses e que eles possam contribuir com a elaboração de um política pública sustentável para o setor marítimo, como prevê o programa Combustível do Futuro do governo federal.
“O mercado de navegação pode oferecer um ganho de escala ímpar ao setor do biodiesel e acreditamos que viabilizar a adição segura de biodiesel aos combustíveis marítimos é uma solução estratégica para o fortalecimento do Brasil. A Bunker One já desenvolve com sucesso projetos deste tipo em outros países e o Brasil é um mercado importante para nossas operações. Queremos inovar aqui também, colaborando para o crescimento sustentável do setor de navegação na região, além de criar uma alternativa para indústria do biodiesel, que foi impactada com a redução da quantidade de biodiesel na mistura com o diesel rodoviário”, afirma o presidente da companhia, Flávio Ribeiro.
As pesquisas serão feitas nos rebocadores da Bunker One que atuam no Rio de Janeiro e as análises laboratoriais serão realizadas no Laboratório de Análises de Ambientais, Processamento Primário e Biocombustíveis da UFRN. Na universidade, sete pesquisadores conduzirão os estudos, coordenados pela professora Amanda Duarte Gondim, Doutora em Química, Petróleo e Energias Renováveis.
“Acreditamos que esse projeto possa ter um impacto macroeconômico significativo para o Brasil. Viabilizando a adição do biodiesel nos combustíveis para navegação e buscando a homologação desse produto no cenário mundial, os produtores de biodiesel poderão aumentar sua escala através da possibilidade de exportação desse insumo para a indústria de bunker internacional. Dada a vocação do Brasil para a produção de matérias-primas renováveis, setores do agronegócio também tendem a ser impactados positivamente. Um exemplo é o farelo de soja que é o principal ingrediente da ração animal e poderia ter seu preço reduzido em função do aumento do esmagamento da soja para produção de biodiesel”, analisa Flávio Ribeiro.
Fonte: Jornal Cana