Substituição no tipo de combustível para aeronaves tem potencial de reduzir as emissões de CO2 do setor.
Um mês após a Air France realizar o 1° voo com um avião movido a biocombustível feito de óleo de cozinha usado, a Rolls Royce, uma das principais fabricantes de motores para aeronaves, anunciou, na última terça-feira (22), planos para alcançar a neutralidade de gás carbônico até 2050.
A estratégia da fabricante para alcançar tal feito se baseia essencialmente na adoção de biocombustíveis. A empresa planeja que, até 2023, todos os motores produzidos para aeronaves comerciais sejam 100% compatíveis com biocombustíveis e pretende que todas as soluções nas áreas de geração de energia e transportes não-civis da companhia inglesa estejam seguindo este mesmo caminho neste mesmo ano.
Os biocombustíveis são peça fundamental para redução das emissões de carbono do setor aéreo. Esse tipo de combustível polui, ao longo de toda a sua cadeia produtiva, muito menos que os combustíveis derivados de petróleo, que são usados em aeronaves atualmente.
O Brasil pode se beneficiar muito desse movimento de substituição de fonte energética no setor. O país é um tradicional produtor de biocombustíveis e tem potencial para suprir a demanda do setor aéreo nacional e exportar mundo afora, podendo produzir 9 bilhões de litros desse tipo de combustível anualmente para a aviação. A partir dessa estimativa, apenas a produção nacional pode diminuir em 60% ou 85% as emissões de carbono da aviação.
Esses dados são de uma pesquisa feita pela Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), junto a Agroicone e professores da Unicamp e da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Esse levantamento ainda aponta que o Brasil não precisaria aumentar sua área de cultivo para atingir essa produção. De acordo com a Agroicone, 31,4 milhões de toneladas de bagaço de cana e 29,9 toneladas de sua palha vindos de plantios já existentes poderiam ser usados para produção de biocombustíveis no país.
Além da Rolls Royce, outras empresas do setor de aviação vêm fazendo planos para a diminuição de suas emissões de carbono, que hoje representam uma quantidade equivalente a um país como a Alemanha. Entre essas empresas estão a Lufthansa e a United Airlines que usarão o biocombustível para atingir suas metas de descarbonização.
Fonte: Biodiesel BR.