Objetivo foi apresentado pelo ministro do Meio Ambiente na cerimônia de abertura da COP26
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, apresentou, no último dia 1, o compromisso do Brasil em reduzir as emissões de carbono em 50% até 2030. O anúncio foi feito na cerimônia de abertura da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), logo após a fala do presidente Jair Bolsonaro. A formalização do plano será feita junto à cúpula até o fim da Conferência nesta sexta-feira (12).
A promessa anterior era baixar o nível de emissões para 43% no mesmo ano. “O Brasil demonstra, mais uma vez, seu compromisso como parte de um acordo coletivo”, frisou Leite. O governo ainda pretende neutralizar as emissões de carbono na atmosfera até 2050. O Presidente da República também falou na cerimônia e reforçou que está empenhado em buscar soluções para as questões ambientais e que o Brasil é uma grande potência verde: “Temos a maior biodiversidade do planeta, a maior e mais rica cobertura florestal e uma das maiores áreas oceânicas”.
Jair Bolsonaro ainda disse que o país é parte da solução no combate à mudança do clima. “Vamos agir com responsabilidade, buscando soluções reais para uma transição que se faz urgente”, completou o Presidente. Joaquim Leite defendeu ainda a adoção de medidas globais conjuntas para alcançar os objetivos. “Devemos, juntos, fazer uma transição do debate: das promessas climáticas para a criação empregos verdes.” [Deixarmos] de apontar fragilidades ambientais dos outros [e caminharmos] rumo a um futuro melhor para todos”, afirmou.
A fala do ministro indicou que o Brasil cobrará na COP26 investimentos das nações mais ricas nos países em desenvolvimento. “Financiamento climático é urgente. É fundamental que tenhamos robustos volumes e nas quantidades necessárias para que a contribuição dessa nova economia ocorra em cada região do planeta”, alegou Joaquim Leite.
Os recursos servem para que países como o Brasil tenham mais facilidade para investir em projetos sustentáveis e que reduzem as emissões de gases do efeito estufa. Em 2009, as grandes economias do mundo prometeram doar 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020, mas o que ainda não aconteceu.
Projeto brasileiro
Em seu pronunciamento, o presidente Bolsonaro citou a criação do Plano Nacional de Crescimento Verde (PNCV), que “traz as preocupações ambientais para o centro da agenda econômica”, segundo ele. O plano oferece financiamentos e subsídios para incentivar projetos de preservação ambiental, priorizar a concessão de licenças e gerar os chamados empregos verdes.
Joaquim Leite pediu que os estados brasileiros mais desenvolvidos economicamente adotem medidas mais ambiciosas em relação à redução nas emissões de carbono. Para ele, isso fará do Brasil um país mais unido na direção de uma economia verde, justa e inclusiva.
O ministro do Meio Ambiente apresentou, em seu discurso, as diretrizes para a agenda de neutralização do carbono. Entre elas, estão:
- Zerar o desmatamento ilegal até 2028: 15% por ano até 2024, 40% em 2025 e 2026, e 50% em 2027, comparando com o ano de 2022;
- Restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030;
- Alcançar, em 2030, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na composição da matriz energética;
- Recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas;
- Incentivar a ampliação da malha ferroviária.
Fonte: gov.br