Último leilão público de biodiesel movimenta menos o mercado que certames anteriores
O último leilão público de biodiesel organizado pela ANP, antes da mudança na forma de negociação, teve um início pouco animador. E não é à toa. Depois de um bimestre com a mistura a 12%, o governo federal voltou a reduzir a mistura para 10% para o último bimestre do ano e as consequências da medida já são observadas no 82° leilão de biodiesel.
O L82, que tem previsão para ser encerrado nesta sexta-feira (08), já começou pouco movimentado, com uma oferta total de biodiesel abaixo dos últimos bimestres. O volume colocado à disposição pelas produtoras foi de 1,37 bilhão de litros. A quantidade, apesar de suprir bem a demanda do mercado para o bimestre, ficou bem abaixo dos montantes do L81, L80 e L79. O último leilão, com o B12 em vigor, bateu o recorde de oferta com mais de 1,53 bilhão de litros colocados à disposição do mercado e, mesmo com o B10, o L80 e o L79 tiveram uma oferta bem acima do L82, com, respectivamente, 1,458 e 1,5 bilhão de litros disponíveis para negociação.
As negociações, que tiveram início nesta quarta-feira (06), também começaram um pouco devagar. A etapa 3A, que é exclusiva para as menores usinas habilitadas (MUHs), comercializou 61,8 milhões de litros de biodiesel, o que representa pouco mais de 47% dos 130 milhões de litros ofertados para o certame. O volume arrematado nesta etapa estipula um teto e um piso para o que será arrematado até o fim do leilão, uma vez que esses 61,8 milhões de litros devem representar de 5 a 10% do total comprado pelas distribuidoras. Ou seja, o volume comercializado no L82 não ficará abaixo de 618,3 milhões de litros e não ultrapassará 1,236 bilhão de litros.
O montante vendido nesta etapa também ficou abaixo dos últimos leilões. No L81 e L79, as MUHs venderam, respectivamente, 80,64 e 100,3 milhões de litros. Já no L80, o volume foi muito próximo ao deste atual leilão, com aproximadamente 58 milhões de litros. O resultado final do último leilão de biodiesel da ANP deve ser divulgado nos próximos dias e encerrará as negociações de um ano conturbado para o setor. A previsão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível é de que a partir de janeiro de 2022 as negociações do biocombustível no Brasil sejam feitas diretamente entre produtores e distribuidores.
Fonte: Biodiesel BR