Dados do “Atlas dos biocombustíveis líquidos 2020-2021” apontam uma recuperação após um 2020 de queda
O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura publicou nesta quinta-feira (16) o Atlas dos biocombustíveis líquidos 2020-2021 e com notícias positivas para o setor. Segundo os dados do levantamento, o consumo mundial de biocombustível deve crescer entre 5% e 8% em 2021 em comparação a 2020.
Após um fraco desempenho no ano passado, políticas públicas ao redor do mundo impulsionaram uma considerável recuperação dos biocombustíveis em 2021. Em 2020, restrições de mobilidade e a queda na atividade econômica de modo geral em decorrência da pandemia impactaram fortemente o setor. Neste ano, a diminuição das restrições permitiram uma boa recuperação, em especial na União Européia, Estados Unidos, Indonésia, Índia e Argentina.
Ainda segundo os dados apresentados pelo IICA, em 2020 as matérias-primas mais utilizadas na produção de biodiesel foram os óleos vegetais, entre os quais se destacam o de palma (32%), o de soja (26%) e o de canola (15%). Os 27% restantes correspondem a outras matérias-primas, como os óleos vegetais usados, gorduras animais e outros óleos vegetais virgens. Milho e cana-de-açúcar foram as matérias-primas mais utilizadas na produção de bioetanol, com uma participação de 63% e 30%, respectivamente.
Na contramão desse movimento, o Brasil, segundo maior produtor de biocombustíveis no mundo, sendo o maior produtor de etanol e o 3°, de biodiesel, viveu um ano de 2021 de retrocessos em sua política nacional de biocombustíveis, o RenovaBio. Em relação ao biodiesel, o ano era cercado de expectativas em relação a uma elevação ao B13 que iria vigorar a partir de março de 2021. Entretanto, foram sucessivas reduções na mistura a partir de abril, sendo 6 meses com a mistura em 10%, e a última feita recentemente pelo CNPE para o último bimestre de 2021. Esta última, foi detonada pelo setor, que considerou a medida do governo equivocada e que prejudicará profundamente o setor produtivo de biodiesel. A APROBIO, Associação dos Produtores de Biocombustível do Brasil, classificou como o “maior retrocesso já aplicado ao RenovaBio”.
Fonte: Monitor Mercantil