Porcentagem de biodiesel no diesel fóssil voltará a 10% no último bimestre após subir para 12% nos meses de setembro e outubro
Como já era sabido e aguardado pelo setor, o governo confirmou a redução da mistura de biodiesel para 10%. A medida valerá, excepcionalmente, para o último leilão do ano, L82, e, se tudo correr como esperado, o último leilão organizado pela ANP antes da mudança na forma de negociação. A redução, oficialmente, será de 13% para 10%, uma vez que o B13 era o programado para o ano de 2021. Todavia, esta porcentagem foi usada apenas no 2° bimestre deste ano e a atual mistura está em 12%.
A razão da diminuição foi mais uma vez o preço do combustível. Segundo a nota publicada pelo CNPE, o preço da soja está alto por conta de uma forte demanda pela commodity no mercado mundial e pela desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar, o que interfere no mercado doméstico. “Tendo em vista que o biodiesel brasileiro tem no óleo de soja sua maior parcela de matéria-prima, com cerca de 71%, (…) verifica-se a necessidade de adoção de medida temporária de redução do teor de biodiesel devido à potenciais impactos para o consumidor brasileiro e reflexos em inúmeros setores (transporte público e de mercadorias) e atividades (agrícola e geração de energia, por exemplo).”, informou o comunicado.
Esse mesmo motivo impactou o mercado do biodiesel no começo de 2021. Em abril, no bimestre seguinte à implementação do B13, o governo anunciou a redução para B10 para conter uma alta nos preços do diesel nas bombas após uma subida histórica do preço da soja. Essa medida vigorou por dois leilões, L79 e L80, entre os meses de maio e agosto. Para o L81, válido para o atual bimestre, o governo elevou a mistura para 12%, ainda abaixo do programado para 2021, mas já um respiro para o setor.
No informe, o Conselho Nacional de Política Energética ressaltou que o novo modelo de negociação do biodiesel, com a venda direta de produtor para distribuidor, entrará em vigor em 1° de janeiro de 2022 e substituirá os leilões da ANP. O CNPE ainda reforçou o compromisso do governo com a agenda dos biocombustíveis: “o Governo Federal trabalha pelo fortalecimento e consolidação do mercado brasileiro de combustíveis renováveis capaz de atender as mais desafiadoras metas para uma economia de baixo carbono e, ao mesmo tempo, que garanta o abastecimento nacional e a preservação dos interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos”. Além disso, reiterou que a medida é “momentânea e temporal” e espera o aumento da produção e uso do biodiesel em breve, assim que as condições do mercado permitirem.
Fonte: gov.br – CNPE
