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Indústria do biodiesel pleiteará mudanças no RenovaBio em 2022

Principal pedida do setor é a alteração no sistema de emissão de Créditos de Descarbonização

 

O ano de 2022 promete ser muito movimentado para o setor do biodiesel: novo modelo de negociação, novas regras de importação e mistura reduzida de 14% para 10% durante todo o ano. Tendo em vista esse cenário complicado, atores da indústria já se mexem para pleitear mudanças no setor. A mais recente delas é a tentativa de promover alterações no RenovaBio para que a indústria de biodiesel e outros biocombustíveis feitos a partir de oleaginosas possam emitir mais Créditos de Descarbonização, os famosos CBios.

Os CBios são créditos emitidos por empresas licenciadas que trabalham diretamente com combustíveis que reduzem as emissões de carbono. Cada tonelada de CO2 que deixa de ir para a atmosfera gera um crédito de descarbonização para a empresa, a qual pode comercializá-lo posteriormente no mercado. Segundo Daniel Furlan Amaral, economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a indústria demandará um sistema de pré-habilitação para armazéns, cooperativas e produtores que fornecem matéria-prima para o setor.

A grande questão que envolve este pedido é que o RenovaBio exige a rastreabilidade da matéria-prima para a emissão do crédito de descarbonização. Essa exigência dificulta a vida dos produtores de biocombustíveis provindos de oleaginosas por conta de sua longa cadeia produtiva. “A dificuldade das cadeias produtivas mais longas, como no caso da soja por exemplo, é que elas têm uma rede de fornecedores muito ampla. Temos venda direta de fornecedores para fábrica, de fornecedores que vão para silos e armazéns e depois pra fábrica, e temos também a venda por meio de empresas intermediárias”, explicou Daniel Furlan.

“Hoje o produtor de biodiesel emite CBios numa porcentagem muito inferior à sua capacidade e isso decorre do fato de que nós originamos matéria-prima de produtores de grãos ou a usina de biodiesel origina óleo de uma esmagadora e isso não está reconhecido no Renovabio do ponto de vista das certificações”, completa o presidente executivo da Abiove, André Nassar.

Além dessa mudança, o setor dos biocombustíveis possui outras pautas que defenderá a partir do ano que vem. Entre elas estão o fim da obrigatoriedade que os produtores possuem hoje de comercializar, a cada bimestre, 80% do volume registrado no ano anterior e o aumento da mistura obrigatória, que foi colocada em 10% pelo governo federal para todo o ano de 2022, muito abaixo do B13/B14 que o setor esperava. “Mesmo que o governo não queira, vamos continuar insistindo”, concluiu Nassar.

 

Fonte: Revista Globo rural e Renova Invest

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