Valor registrado pela FAO é o maior em 32 anos, quando os preços começaram a ser acompanhados pelo órgão
Nunca na história os óleos vegetais estiveram tão caros como hoje. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o conjunto dos 10 óleos vegetais mais comercializados ao redor do mundo registraram a marca recorde de 184,8 pontos no mês de outubro. O valor é o maior desde janeiro de 1990, quando a agência da ONU começou a acompanhar e registrar as cotações de diversas commodities alimentares para a elaboração do Índice FAO do Preço dos Alimentos.
Em 32 anos de medição, a média do valor dos óleos vegetais no mercado é de 85,7 pontos, menos da metade do registrado em outubro de 2021. O setor vem demonstrando certa instabilidade há algum tempo. Desde o segundo semestre de 2019, se ensaia uma alta substancial nos preços dos óleos vegetais, quando o produto valorizou cerca de 31% em apenas seis meses. O início da pandemia segurou essa alta que vem se concretizando nos últimos meses.
A marca histórica de 184,8 pontos de outubro representou um aumento de 9,6% em relação a setembro, quando foi registrado 168,6 pontos. Em comparação com outubro de 2020, outubro de 2021 registrou uma valorização de 73,5% no preço dos óleos. Um ano atrás, a pontuação registrada pela FAO foi de apenas 106,5 pontos. “A força contínua do índice reflete principalmente valores mais firmes para os óleos de palma e canola, soja e girassol, que receberam apoio da retomada da demanda por importações, principalmente da Índia, que reduziu ainda mais as tarifas de importação de óleos comestíveis”, explicou a FAO em relação ao preço dos óleos vegetais.
Impacto nos alimentos
Essa alta histórica dos óleos vegetais é a principal responsável por um grande aumento no preço dos alimentos. O Índice FAO do Preço dos Alimentos atingiu em outubro seu maior nível em 10 anos, algo que já havia acontecido no mês anterior, em setembro deste ano. O valor dos alimentos registrado em outubro representou, ainda, o terceiro mês seguido de alta, com um aumento de 3% em relação a setembro e 31,3% em comparação com outubro de 2021.
Esse valor é puxado principalmente pela alta dos óleos vegetais e cereais, que tiveram as maiores subidas no período de 1 mês. No entanto, commodities importantes como carnes e açúcar tiveram quedas em relação a setembro. Todavia, esses recuos foram pequenos e não foram suficientes para segurar a alta dos alimentos como um todo.
Fonte: Biodiesel BR e Avicultura Industrial