Boris Johnson anunciou compromisso em meio à uma crise dos preços do gás e petróleo no mundo
Nesta segunda-feira (04), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou que se esforçará para que toda a energia produzida no país seja renovável até 2035. O mandatário declarou à imprensa britânica que, considerando as tecnologias de captura e armazenamento de carbono, de geração a partir do hidrogênio, entre outras fontes renováveis, ele acredita que conseguirá ter uma produção de energia completamente limpa até a metade da próxima década.
Os esforços do Reino Unido com a agenda de descarbonização não param por aí. O país já se comprometeu em proibir novos veículos poluentes até 2040, é um dos líderes em produção de energia eólica offshore e tem aumentado ano a ano a participação de energias limpas, chegando a 43% em 2020.
O momento para as energias renováveis é crítico em todo o mundo. Os preços do petróleo e gás natural têm subido vertiginosamente e colocado em risco o abastecimento deste último para o inverno europeu. Além disso, o país se prepara para receber a COP26, uma cúpula climática crucial com líderes mundiais sob uma pressão histórica para a descarbonização de suas economias para frear o aquecimento global.
Johnson também destacou que a medida aumentará a independência energética do país, que enfrenta uma crise de abastecimento em decorrência à pandemia e ao Brexit. “Significará que, pela primeira vez, o Reino Unido não dependerá dos hidrocarbonetos procedentes do exterior, com todas as oscilações nos preços e com os riscos que isso representa para o bolso das pessoas. O consumidor vai depender da nossa própria geração de energia limpa, o que também nos ajudará a manter os custos baixos”, disse o premiê.
Entretanto, Boris Johnson também falou à imprensa que voltará para a energia nuclear e substituirá seus velhos reatores. A ação foi criticada pelo responsável científico do Greenpeace no Reino Unido, Doug Parr, que, em meio a elogios pelas medidas em relação a energias renováveis, caracterizou como “apego doentio” de Johnson com a energia nuclear. Ele ainda reforçou que essa atitude atrasará a transição para as energias renováveis e novas tecnologias de armazenamento.
Fonte: IstoÉ Dinheiro e PV Magazine
