Gigante da tecnologia tem plano de total descarbonização dos seus centros de dados até 2030
*Imagem de capa: Google Cloud – Divulgação
O Google, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, informou que investirá 1 bilhão de euros, mais de R$ 6 bilhões na atual cotação, em infraestruturas de armazenamento de dados em nuvem e de energia renovável para alimentar o sistema. Todo esse valor será aplicado na Alemanha.
“Na Alemanha (…) até 2030, os investimentos em infraestrutura digital e energia limpa chegarão a 1 bilhão de euros”, comunicou a nota da empresa. O Google disse ainda que as energias limpas que receberão o aporte financeiro serão a eólica e solar e irão alimentar 80% de sua exploração. A subsidiária alemã do grupo francês Engie foi a empresa escolhida para entregar 140 megawatts de energia verde no projeto.
O projeto do Google é expandir uma sede já instalada na região de Frankfurt, que já conta com cerca de 10.000 m². Além disso, a empresa planeja uma nova central de armazenamento em Brandenburg, região ao redor da capital Berlim.
O armazenamento de dados em “nuvens”, que tem crescido intensamente ano após ano, enfrenta um problema exatamente na questão do uso de energia. Esse tipo de armazenamento é duramente criticado por consumir uma grande quantidade de energia elétrica. Segundo dados da Huawei, empresa de tecnologia chinesa, o atual consumo dos data centers corresponde a 3% do consumo total de energia no mundo, podendo alcançar 1.000 Terawatt-hora em 2025.
Observando isso, o Google anuncia a expansão de seu centro de armazenamento junto a um plano de alimentação com energia limpa. A gigante da tecnologia, inclusive, já se manifestou, em março deste ano, em relação ao tema e divulgou uma meta para a descarbonização de seus centros de dados. O Google Cloud, setor da empresa responsável pelos armazenamentos na nuvem, comunicou que pretende administrar seus negócios com energia limpa, livre de emissões de carbono, 24 horas por dia, 7 dias por semana, em todos os lugares que possui, até 2030.
Para atingir essa meta, o Google Cloud prometeu fornecer fontes de energia limpa para todas as regiões na qual possui centro de dados, substituindo fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis. Após alcançar a neutralidade de carbono em 2007 e, desde 2017, vir comprando energia solar e eólica suficiente para atender 100% de seu consumo global de eletricidade, o Google considera essa nova meta como o próximo passo para um futuro livre de emissões de carbono e para poder fornecer o armazenamento em nuvem mais limpo do setor.
O país no qual esse investimento chegará também é conhecido pelos seus esforços pela descarbonização. A Alemanha é uma das líderes mundiais no processo de transição energética, com planos para ter 100% de sua eletricidade gerada a partir de fontes limpas e inesgotáveis. Para isso, o país vem se esforçando para encerrar as atividades de suas usinas nucleares até o ano que vem e parar de utilizar o carvão até 2038. A energia nuclear alemã, que conta hoje com 17 reatores, possui uma alta rejeição entre a população desde o acidente de Fukushima em 2011 e já representou um quarto da produção de energia alemã. A população também demonstra apoio aos esforços do governo em realizar essa troca de fontes de energia no país.
Fonte: G1, Conveniência Digital, Software ONE, Google Cloud, Elysia, Agência Senado e Portal Solar.