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Indonésia adia mais uma vez o B40

Alta no preço do óleo de palma fez o país repensar a elevação na mistura por hora

 

Não será agora que o maior produtor de biodiesel no mundo aumentará a sua mistura nacional. O governo da Indonésia se viu obrigado a retardar pela segunda vez a implementação do B40 no país. Segundo a Reuters, o adiamento é devido às altas cotações do óleo de palma, principal matéria prima do biodiesel do país, o que deixou a elevação na mistura pouco atrativa no momento.

A mistura obrigatória do país asiático é de 30% de biodiesel no diesel fóssil desde 2020 e o plano para aumentar para 40% é antigo. A partir do começo de 2021, o B40 já iria vigorar na Indonésia, entretanto teve que ser adiado por conta da pandemia. Dessa vez, o problema foi o preço do óleo de palma, matéria prima para o biocombustível. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), há três meses, os 10 óleos mais negociados no mundo atingiram seu maior preço em mais de uma década.

Apesar desses preços virem caindo, o gasto do governo indonésio segue alto. Com os preços atuais do óleo de palma, o governo do país tem gastado em torno de 3,1 bilhões de dólares americanos com subsídios para o B30. Se fosse implementado, o B40 exigiria cerca de US $4,1 bilhões.

Depois desse novo adiamento, o governo declarou não possuir um novo cronograma para a implementação. Todavia, o diretor geral do Ministério da Energia da Indonésia, Dadan Kusdiana, disse à Reuters que, do ponto de vista técnico, o país está preparado para o B40.

 

Indonésia: uma potência

 

Para quem está habituado apenas com o mercado de biodiesel brasileiro, uma mistura de 30% de biodiesel parece loucura. Ainda mais se considerar os planos da Indonésia de dar um salto de 10%, alcançando o B40. Em comparação, no Brasil, o último leilão de biodiesel realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foi com uma mistura de 12%.

O programa nacional de biodiesel da Indonésia foi implementado para reduzir as importações de diesel fóssil e dar suporte aos preços de óleo no mercado internacional. Os altos valores na mistura fizeram com que a Indonésia se tornasse a maior potência em relação a biodiesel no mundo. Em 2020, a nação do sudeste asiático teve, de longe, a maior produção do biocombustível no mundo, ficando quase 25% acima do segundo colocado.

Estados Unidos e Brasil, segundo e terceiro maiores produtores mundiais de biodiesel respectivamente, comeram poeira no primeiro ano de pandemia. Alcançando seu recorde de produção, o Brasil atingiu 6,43 bilhões de litros de biodiesel, enquanto os Estados Unidos, se recuperando de uma queda em 2019, chegaram a 6,88 bilhões de litros. Por sua vez, a Indonésia alcançou a impressionante marca 8,59 bilhões de litros, produção 24,9% maior que os EUA e 33,5% acima da brasileira.

Além disso, a Indonésia possui, disparadamente, a maior produção de óleo de palma no mundo. Segundo o Departamento de Agricultura do Governo dos Estados Unidos, o país fabricou 43,5 milhões de toneladas de óleo de palma na última temporada agrícola, o que corresponde a 62,4% da produção global do óleo.

 

Fonte: Biodiesel BR e Biodiesel Magazine

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