loader image

Produtores de biodiesel pressionam por aumento da mistura

Indústria quer que a porcentagem volte aos 13% após cair para 10% nos últimos leilões da ANP.

A Indústria de biodiesel está pressionando o governo para que a porcentagem de biodiesel na mistura com o diesel convencional volte a casa de 13%. A porção caiu para 10% nos últimos dois leilões realizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), temendo uma pressão inflacionária da alta do óleo de soja na economia.

“Temos expectativa grande de que possa retomar o B13 (mistura com 13% de biodiesel) no tempo adequado. O setor anseia muito”, afirmou Erasmo Carlos Battistella, CEO da BSBios, em cerimônia em Brasília. Battistella ainda defendeu o aumento dessa quantidade para 14% ou 15% com o intuito de manter a agenda do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). O CEO ainda apoiou a aprovação do projeto de lei que institui o escalonamento da mistura até 20%, “A Indonésia usa B30. Podemos usar mais do que já usamos no Brasil”, complementou.

Francisco Turra, novo presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), empossado nesta cerimônia em Brasília, rebateu críticas em relação a qualidade do biodiesel e prometeu colocar o biodiesel brasileiro nas “vitrines internacionais com a marca da sustentabilidade”.

Essas críticas vêm, principalmente, de fabricantes de veículos automotores movidos a diesel, usuários e transportadores, setor que defende que a mistura permaneça em 10%. Inclusive, um pedido oficial para manter essa porcentagem foi apresentado ao Ministério de Minas e Energia na última semana.

Turra ainda seguiu em defesa do biodiesel nacional: “O biodiesel é a verdadeira solução para transição energética de baixo carbono. Temos o melhor biodiesel do mundo”. O ministro de Minas e Energia Bento Ribeiro também elogiou o setor, dizendo que o biodiesel tem auxiliado no abastecimento do Brasil e a diminuir a importação de combustíveis fósseis, mas não comentou as porcentagens da mistura.

Bento Ribeiro ainda comentou o compromisso que o país tem com a descarbonização da matriz energética nacional e a importância dos biocombustíveis para alcançar as metas estabelecidas nesse âmbito. 

O Brasil tem planos de ser referência mundial na transição energética e criou o programa “Combustível do Futuro”, que tem como objetivo propor medidas para incrementar o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono, bem como a aplicação de tecnologia veicular nacional, com biocombustíveis, com vistas a maior descarbonização da nossa matriz de transporte. O ministro citou o programa ao enfatizar esse compromisso brasileiro e ainda disse que criará condições necessárias para a introdução do bioquerosene na aviação.

Fonte: gov.br e Rafael Walendorff – Valor Econômico.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish