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“Momento mais difícil da história”, aponta presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel

Para o deputado Pedro Lupion, setor do biodiesel no Brasil corre o risco de acabar

 

Na última quinta-feira (18), aconteceu a 42ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel (CSOB) e, nela, foi discutido o futuro de todo o setor de biodiesel no país. A categoria vive um momento muito delicado com a mudança no modelo de negociação do biocombustível, que está prestes a estrear, mas que, segundo os produtores, o mercado ainda não está pronto para recebê-lo. 

O deputado federal Pedro Lupion (DEM-PR), presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, esteve na reunião e saiu dela extremamente preocupado. “Este é o momento mais difícil da história do biodiesel no Brasil”, alertou o deputado. Para ele, o que está em jogo é a continuidade do setor de biodiesel nacional, existindo um verdadeiro risco da categoria simplesmente acabar. “Não estou sendo fatalista ou dramático”, ressaltou Pedro.

Além da mudança no modelo de negociação, o presidente da FPBio apontou outras dificuldades que os produtores vêm passando, como a redução do B13 para o B10, durante seis meses de 2021, o dólar extremamente sobretaxado, além das dificuldades pelo valor de combustíveis fósseis e matérias-primas com preço elevado. “Justamente neste momento, a agricultura familiar, que é responsável pela produção de praticamente 80% do biodiesel do país, é quem mais sofre, com o cenário inseguro no setor”, complementou.

Por sua vez, o diretor superintendente da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Julio Cesar Minelli, a importância da Câmara dos Deputados para fornecer informações aos parlamentares e aos fóruns de discussões públicas para fundamentar tecnicamente a volta dos níveis de mistura de biodiesel no diesel ao que está estabelecido na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). 

Minelli ainda comentou sobre dois ofícios deliberados na última reunião e enviados à Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. O primeiro apoia a elevação do mínimo de biodiesel comercializado vindo de usinas que detenham o Selo Biocombustível Social, de 80% para 90%. O segundo, por sua vez, pede apoio ao pleito do Comitê Nacional de Secretários da Fazenda, Finanças, Receitas ou Tributação dos Estados e Distrito Federal (Comsefaz) para que a mudança de modelo de comercialização para a venda direta de biodiesel entre produtores e distribuidores só se realizasse depois da solução das questões tributárias envolvendo o ICMS, grande ponto da mudança de modelo que, hoje, aflige o setor.

 

Preço nas bombas

 

Durante a reunião, foi apresentado um levantamento que indica que o biodiesel teve pouquíssima participação no aumento dos preços do diesel nas bombas em 2021, algo que o setor produtivo já havia pontuado há alguns meses. O levantamento mostra que a participação do biodiesel na formação do preço final do diesel na bomba era de 13,6% em janeiro e 13,7% em outubro (B12 em vigor nos dois meses). Já o diesel fóssil, tinha 47,7% de participação no preço do diesel B (diesel das bombas de combustível) e 56,2% de participação em outubro. “O estudo mostra que o Diesel A é o verdadeiro responsável pelo aumento do preço do combustível na bomba e o setor de biodiesel acaba pagando uma conta que não é sua”, analisa Minelli.

 

Apelo

 

Ainda durante o encontro, Pedro Lupion pediu aos parlamentares dos principais estados produtores de biodiesel (Paraná, Minas Gerais e Goiás) para que façam um esforço em prol do biocombustível. O parlamentar salientou a importância da produção do biodiesel a partir do esmagamento de soja e sebo bovino.

“A cadeia de produção está interligada com nossa agropecuária. Precisamos cada vez mais de esmagamento de soja, para termos mais farelo, para produzirmos mais alimento para o rebanho e gerar proteína animal. Ou seja, a gente precisa dessa cadeia funcionando e o biodiesel faz parte disso”, explicou Pedro.

O presidente da FPBio também recordou que o Brasil acabou de assumir compromissos em relação ao meio ambiente e a emissões de carbono na COP26. “O mundo inteiro está caminhando para a diminuição do uso de combustíveis fósseis. Nós, infelizmente, estamos fazendo exatamente o contrário”, finalizou.

 

Fonte: Notícias Agrícolas e Canal Rural

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